A Menina Azul quando ainda era uma criança e se encontrava doente, de cama, fazia silenciosos pedimos e fechava os olhos à espera de ouvir a voz de uma das suas jovens e grandes amigas: a Nita ou Nati, o primeiro lugar dos melhores remédios para a sua cura, incomparáveis aos deliciosos xaropes de cenoura e de bálsamo, tão do seu apreço.
Quando pressentia as suas presenças para visitá-la, ou se apercebia da aproximação dos seus silenciosos passos, ou o tom baixo das suas palavras, começava a chamá-las insistentemente, pedindo-lhes socorro:
” – Nita, Nita – ou Nati -, ai, Ai! Anda cá, que a tua menina vai morrer!” – e repetia até que se abeirassem dela, e novamente quando se iam embora e desprendiam as suas mãos, e as levavam quentes das carícias que faziam na sua cabeça e testa, afastando a sua franjinha!
Que especiais eram estas jovens, hoje ainda entre nós, e ativas, apesar de alguns sinais do tempo, que aliviavam e salvaram a Menina Azul, por quem ela nutre um inefável e infinito carinho!
Será que quando ela estiver prestes a partir deste mundo e chamar alguma, a sua poderosa presença adiará a despedida?!…
Que revisite aqueles momentos e… sorria como quando os seus sorrisos se encontravam, iluminavam o seu quartinho, e… a salvavam!…
Deixe um comentário